terça-feira, 11 de agosto de 2009

baby won't you please come home

Não é fácil conviver com você. Palhaço, moleque, suado. Não é fácil conviver com sua bagunça, sua inquietude, arco-íris de emoções. Não é fácil desentender o mundo que até hoje fingia entender.

Mas eu me esforço.

Porque o teu humor me leva leve como o céu de brisa que desenha nuvens mansas. Teu sorriso e tua generosidade são meu café da manhã. Tua maquiagem borrada, escorrendo pelo canto do olho depois de horas de trabalho apaixonado, chega a ser pateticamente romântica. Eu te admiro. E te fotografo: absorvo as sutilezas das tuas expressões e dos teus gestos. Amo tua grandeza tão pequenina, tuas palavras pouco ensaiadas. Tua simplicidade e teus dons manuais. Adoro tuas mãos - quando me tocam: suspiro, estremeço.

Transpiro.

Pensar que você pode não estar é fel na boca. Eternizo você em mim todos os dias, descortino o quarto para o sol entrar com você, frescor dessas manhãs invernais. Atrevo-me a me descuidar, por saber que vais cuidar de mim. Retribuo suas massagens porque me inspiro com seu prazer. Danço pisando nos teus pés - e você nunca reclama.

Pensando bem, é realmente muito fácil conviver com você.
Porque há amor. Do tamanho suficiente.

2 comentários:

Flávio Tonnetti disse...

estou lendo clarisse. gh. lembrou-me isso. ou quase.

Beta disse...

olha: você por aqui... que honra minha escrita "piegas" e "imatura" te lembrar a clariCe (Lispector?).