quarta-feira, 29 de abril de 2009

as dez mais "ai que vontade de viajar!"

O céu tá tão lindo lá fora......!

1. Learning to Fly – Tom Petty and the Heartbreakers
2. Viva la Vida – Coldplay
3. Every Little Thing She Does Is Magic – The Police
4. #41 – Dave Matthews Band
5. As curvas da Estrada de Santos – Elis
6. Daylight – Coldplay
7. Daqui pro Méier – Ed Motta
8. Space Cowboy - Jamiroquai

terça-feira, 28 de abril de 2009

cosas imposibles

He preferido hablar de cosas imposibles porque de lo posible se sabe demasiado.

Silvio Rodriguez

sábado, 25 de abril de 2009

sensibilidade pros olhos

Talvez as coisas quase-inoportunas cotidianas da vida estejam me roubando um pouco da poesia diária, você tem razão.
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Tenho olhado atentamente pra isso, buscado respirar mais e me apaixonar a cada novo dia pelo inusitado: por um momento, um ato, um gesto, uma palavra. Pela luz do outono, pelo caqui maduro, pelos meus cartões de visita que ficaram prontos. A cada dia elejo conscientemente uma coisa nova pra amar, pra aumentar a sensibilidade dos olhos, pra significar o mundo. E festejo esse amor abertamente, compartilhando e expandindo os sons pra que eles retumbem nas outras pessoas.
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Esse é o meu jeito de espalhar amor.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

os cachorros da praia

É alarmante o número de cachorros nas praias. Eles urinam na areia (entre outras cositas) o que agora virou a justificativa mais cabível para o contagio de micoses e vermes (eca!).
Mas atenção, previna-se, pois pelas areias andam se espraiando duas espécies de cachorros: o cannis annibalis (rsrs) (de quatro patas) e o homem (de duas). Ambos querem correr atrás dos seus brinquedinhos. Autoridades alertam para que banhistas evitem se aproximar principalmente daqueles com uma prancha sob o braço - tem sempre uma gatinha no cio de plantão na canga, não se iluda.
Abraços.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

isso vai dar confusão

Tô adorando essa história de me apaixonar por algo novo a cada dia. Não suporto mais nuvens em meus dias ensolarados. É muito talento, muita criatividade. É um charme inexplicável no galopar da vida. Muita vontade de mudar o mundo, de subverter as ordens (sim, mesmo aos 50 anos! Enfim!). São olhares sorridentes. Demorados. Desconcertantes. Inadequados.

Ai, meu Deus, isso vai dar confusão...

p.s.: cortei os cabelos.
Incrível como esse pequeno ato nos renova, a nós mulheres!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

tudo passa, até uva

Que alívio. Que coisa boa ter você de volta.

terça-feira, 14 de abril de 2009

sexta-feira, 10 de abril de 2009

versão definitiva

SIM, cheguei no meu limite.
Hoje acabou meu prazo, expirou minha validade.
Esse amor apodreceu.
Não tem mais essa de "versão beta" para 2009. Chega de desenvolvimento e testes.
Agora é versão-Beta-definitiva-default-com-opcionais-de-fábrica-de-li-ci-o-sos (sabor chocolate)!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

no limite

Peguei carona de volta do Genial com a Ana e o marido. Ela estava me contando que, desde que se casaram, ela parou de assistir TV antes de dormir porque ele não deixou ela colocar uma no quarto. Assim ela está agora viciada em suas leituras, fica lendo até três da manhã, não consegue parar, tem que seguir lendo até estar satisfeita com o "ponto da história", contou ela. Chega atrasada ao trabalho, frisou.
Ele então - com uma doçura que eu não sentia evaporar de um homem há meses, com aquela entonação de quase embriaguez do amor e com uma delicadeza que fez a lágrima do canto do meu olho pedir pra cair no estofado do banco de trás - disse: "E o pior, Beta, é que, enquanto ela lê, fica me cutucando e diz - Amor, não dorme. Não dorme! Me espera".

Caralho. Acho que tô no limite.

De repente a vida ganhou sentido, companheira assim nunca tinha tido. Nunca a metade foi tão inteira: metade ela era companheira, outra metade era eu que era.
Luiz Tatit

terça-feira, 7 de abril de 2009

será que estou enlouquecendo?!?

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


Os três mal amados - João Cabral de Melo Neto

sábado, 4 de abril de 2009

que maravilha...

"...mesmo que você fuja de mim por labirintos e alçapões
saiba que os poetas, como os cegos, podem ver na escuridão".

PALAVRA (EN)CANTADA
Brasil, 2008.
Direção: Helena Solberg.
83 min. Livre.
Cine Bombril 2, sex. a qua.: 14h, 18h e 22h. Espaço Unibanco Pompeia 10, sex. a qua.: 13h20 e 20h. Frei Caneca Unibanco Arteplex 8, sex. a qua.: 14h e 22h. MIS/Auditório, sex. e sáb.: 20h. Dom.: 17h e 19h.

Não percam!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

as 10 mais fofas

1. Tea for Two – Ella Fitzgerald
2. Leãozinho – Caetano
3. Dindinha – Ceumar
4. Samba de Maria Luiza – Tom Jobim
5. You make me feel so young – Chet Baker
6. I was doing all right – Diana Krall
7. Baby, it’s cold outside – Ray Charles
8. Cheek to cheek – Ella Fitzgerald & Louis Armstrong
9. Brand new start – Little Joy
10. I love being here with you – Mary Stallings
11. Getting Better – The Beatles
12. Você e eu - Nara Leão
13. All Star – Nando Reis
14. Chansong – Tom Jobim

quarta-feira, 1 de abril de 2009

tirei a chave do bumba

Gente: um barraco! No ponto de ônibus, todo mundo olhando. Aquela situação de pernas tremendo, ela descontrolada gritando: "Me fala teu nome compleeeeto agoooora!!!". Tudo porque, enquanto ela guardava o troco e apanhava o bilhete único para validar, o cobrador/motorista do Vila Monumento, um micro ônibus que faz o trajeto Ipiranga-Vila Madá, liberou a catraca. "Mas moço, eu preciso pegar outro ônibus agora...". "Problema seu", foi o que ele respondeu. COMO É QUE É??? PROBLEMA MEU??? E completou, sorrindo: "Agora já era, se vira. Você devia ter avisado antes que ia passar o cartão...". Então ela, debruçada sobre a barra que divide o motorista/cobrador dos passageiros, perguntou: "Qual seu nome?". Manuel. Manuel era o nome dele. "O seu nome completo, por favor". "Não vou falar meu nome, não. Pra quê?", retruca. "Porque eu vou fazer uma reclamação do senhor, isso é uma falta de respeito!", já alterando um pouco o tom de voz.
Ele teimava em não querer falar seu nome completo (quem não deve, não teme, diz a minha mãe) enquanto o ônibus se aproximava do ponto em que ela precisava descer. "Qual o teu nome? Me fala?". Parou no ponto. Outros passageiros entravam e tentavam validar seus bilhetes esbarrando nela, que bloqueava a passagem. Ela, aquela moça insistente com cara de brava e riquinha metida a andar de ônibus, insistia em querer saber o nome do motorista/cobrador. O negócio começou a esquentar. Furiosa, ela tentou verificar se o motorista portava um crachá de identificação no pescoço. Nada. Abriu o caixa em busca de uma identificação, era questão de honra resolver aquilo ali mesmo. O motorista, também aos gritos: "Não mexe em mim!!". Sem hesitar, ela enfiou a mão no contato e girou a chave, desligando o motor. Arrancou a chave do contato.

"VAI OU NÃO VAI ME FALAR TEU NOME??" perguntou derradeira.

(entrada da coadjuvante, tirando o ipod do ouvido).
"Moça, pelo amor de Deus, todo mundo tem que ir trabalhar. O que é que está acontecendo? Fala direito com ele...".
"Fala direito???? Fala direito, como? Se foi ele quem me faltou com o respeito? (Curiosos do ponto se adensam em volta da porta do ônibus). Isso é uma falta de civilidade! Ele liberou a catraca e quando eu disse que precisava passar o cartão, ele me disse que era problema meu, que eu que me virasse! Eu estou perguntando o nome dele para fazer uma reclamação e ele não quer me falar!!", gritou.
"Vai até o ponto final e conversa com o fiscal lá", sugeriu outra coadjuvante.
(a primeira coadjuvante faz cara de compreensiva).
Com a chave, rapidamente recuperada das mãos trêmulas da garota, o motorista se apressou em ligar o motor. Antes do veículo entrar em movimento, mais um desabafo: "Deixa eu descer dessa merdaaaaaaa!", foi o último grito que se ouviu naquela manhã, em frente ao açougue.

Logo o outro ônibus chegou.
Ela pagou novamente pela viagem e foi trabalhar.

Galera, eu tirei a chave do bumba!