segunda-feira, 15 de julho de 2013

o cravo brigou com a rosa

Desde que me descobri  grávida, todas as manhãs acordo cantando.
"Bom dia começa com alegria!
Bom dia começa com amooooor!
O sol a brilhar, passarinhos a voar,
Bom dia, bom dia, bom diaaaaa!"

A terceira estrofe é sempre mutante: se está chovendo eu substituo por "a chuva a cair, as folhinhas a reluzir", se estou indo trabalhar: "mamãe vai trabalhar, ligeirinha a caminhar"... e assim por diante, ao gosto da inspiração do dia.

Antonio já gosta muito de música, também pudera, está no DNA dos pais... Canto muito o hino de Noronha pra ele também, que acho a coisa mais linda, exaltando as belezas da ilha onde ele foi concebido, celebrando as cores do mar e o céu sempre cheio de estrelas...

E tem uma história lendária da minha infância: eu pedia repetidamente (leia-se r-e-p-e-t-i-d-a-m-e-n-t-e!) uma musiquinha do cravo e da rosa. Teve uma viagem de carro que durou 3 horas e meia, e minha mãe foi cantando até o destino final! Toda vez que terminava, eu dizia: "otaveiz!", e dá-lhe a paciência maternal a repetir indefinidamente, quase chorando, a mesma canção.

O que eu me dei conta noutro dia, enquanto cantava pro Antonio, é que a letra é triste pra caramba: o Cravo briga com a Rosa, os dois ficam chateados e depois o cravo fica doente, MORRE, e a rosa chora!
PORRA!!!!! Que desgraça...

Então lá fui eu, inventar uma nova versão:

"O cravo beijou a rosa
Debaixo de uma sacada 
O cravo saiu brilhante
E a rosa apaixonada

O cravo ficou doente
A rosa foi visitar
O cravo ficou contente
E agora vão se casar"


É isso, filho: só desejo alegria e finais felizes pra você!!

domingo, 14 de julho de 2013

velhos escritos

Ler emails antigos é como abrir aquele baú cheio de memórias, é uma alucinante viagem ao passado, recriando cenas, cores, sorrisos e lágrimas. Lembrei de pessoas de quem já havia esquecido - e decidi que quero retomar contato com algumas delas. Percebi que umas passaram, mas que sempre houve alguma troca válida nessa passagem. Senti que outras nunca vão passar, por mais passado que sejam. Li sobre momentos difíceis, dores de amor nem se fala, sarcasmo e ironia fina, mil projetos começados, outros tantos realizados, outros mil que ficaram só na ideia mesmo. Velhos escritos me atualizam, me despertam pras coisas que empreendi com brilho, garra e amor. Quero sentir isso de novo e agora de forma mais inteira, não por simples experimento, mas por convicção. Agora que sou dois para sempre.


segunda-feira, 8 de julho de 2013

nunca entendi tão pouco de tudo

...faz hooooras que estou com essa página aberta esperando as letras surgirem magicamente, um download divino baixar e que dele nasça um texto inspirado e publicável. Mas ele não vem! Talvez seja mesmo o momento de admitir como me sinto confusa, atordoada, esquecida, frágil, impaciente, faminta, sonolenta, solitária... grávida?! sim, talvez seja mesmo o momento de admitir como me sinto grávida, com tudo o que isso traz de maravilhoso e de... esquisito?

Fico aqui imaginando que nove meses é pouquíssimo tempo pra se preparar pra tudo isso que está por vir. A sensação é de que nunca estarei pronta. Claro, a graça toda está na surpresa, nas descobertas, nos aprendizados gigantes, nas mudanças - isso é o que sinto. Mas a mente não dá tréguas: custava a gente poder desvendar um pouquinho desse mistério antes dele acontecer? É tanta ansiedade, um sem fim de incertezas, expectativas, um tanto de querer fazer planos, dividir tudo o que se passa. E ao mesmo tempo, um silêncio, uma necessidade de estar quieta, aproveitando cada segundo, cada movimento, cada sensação nova... ufa, sei lá. Nunca entendi tão pouco de tudo.