segunda-feira, 30 de novembro de 2009

roubada

Com muita vontade, mas sem inspiração.
Estou me sentindo roubada.

sábado, 28 de novembro de 2009

felicidade, otimismo e amor

Não existe outra escolha senão a felicidade. Acredito que nascemos para isso: para sermos felizes, encontrando prazer em cada coisa.

Não existe outra hipótese senão encarar as situações com otimismo, com fé, com força. Isso não deve ser uma possibilidade, mas um estado de espírito, um condicionamento, uma decisão.

Não existe outra escolha senão o amor em tudo e pra todos. O amor, aquele que traz a tolerância, a aceitação, o entendimento; que apazigua e aquece.

Esse é meu triple bottom line da existência, as sementinhas que tenho tentado espalhar por aí. Porque a vida é fácil e não há necessidade de nada mais.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

entendi

Finalmente consegui entender porque você me deixou. Já não era sem tempo. Fato é que as coisas realmente levam seu tempo, e é preciso respeitá-lo. E talvez hoje tudo faça sentido e amanhã tudo volte a não fazer. Mas é patente que hoje eu entendi, assim, como quem não está buscando entender nada, o porquê, a razão, o motivo pelo qual você, naquela noite afônica, desistiu do nosso amor, que prometia ser eterno. Há alguns dias admiti minha incapacidade de te perdoar pela crueldade do abandono, pela frieza verborrágica, pelo desamor que de repente te possuiu e me adoentou. Não sei quando vou conseguir te perdoar, espero de coração um dia conseguir superar esse imenso dano. Mas especificamente hoje me sinto reconfortada, porque consegui ENTENDER. E para uma libriana, entender já é meio caminho andado.
Olhando para a mesa ao lado, te vi daqui a 20 anos. Você estava conversando consigo mesmo, como de costume. Inclinava ligeiramente a cabeça para os lados, ponderando seus pensamentos enquanto, sem perder a classe, bebericava e cantarolava sozinho. E foi embora no melhor da festa, como é de seu feitio. Entendi que você, há 20 anos, abdicou desse amor porque, simplesmente, percebeu que tinha objetivos diferentes dos que tentou ter: queria mesmo era levar uma vida de aparências, de coluna social, enquanto por dentro tudo continua podre e mal resolvido, 20 anos depois.
Escolhas.
Te agradeço por ter se afastado. Sei que, por mais duro que possa ter sido, foi a melhor coisa que podia ter feito por mim. Na verdade, foi um ato de amor. E hoje entendi isso. Entendi, sim. E (repito) foi um grande alívio. Mas não sei quando vou poder te perdoar.
Me perdoe por isso.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

la vida no es tan compleja cuanto parece

Hoje estou emocionada comigo.
Lembrei o dia inteiro da Di falando: "Desta vez, estou tentando fazer diferente". E consegui fazer diferente. Deixei as coisas serem leves e despretenciosas. Senti muito tesão por todas as possibilidades. Senti o coração pular na garganta várias vezes. Me respeitei, respeitei o tempo e sai andando quando a tarefa estava cumprida.

Adoro ser surpreendida. Por mim mesma e pela vida.
Eu sou uma moça de sorte. Muita sorte.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

niños

Não consigo dormir. Estou exausta, os olhos pesados, o pescoço dolorido: realmente gostaria de dormir. Mas uns meninos de rua com a cabeça cheia de cola insistem em gritar aqui em frente. Gritam e dão risada. E abrem lixos. Descobriram muitas garrafas dentro de um saco e se divertem ao quebrá-las. Vou até a varanda, um cheiro bom de maresia. Olho pra baixo e os vejo. São cinco, sentados na calçada, quebrando garrafas pra ameaçar enfiar na jugular de alguém e depois serem jogados numa penitenciária qualquer como ratos, longe dos nossos olhos, pra não perturbarem mais nosso sagrado e merecido sono.
Percebi então, que, na verdade, não era o barulho que eles faziam que me impedia de pegar no sono. Era o próprio fato deles estarem ali junto com a minha impotência, minha agonia, minha tristeza. Mais uma vez, esse maldito fosso entre mim e esses meninos me cortando como navalha. Me lembrei de Angola, do pai que hoje atirou o filho do 18 andar e depois se atirou também, do medo que paralisa, da vida que me olha dessa varanda e passa, da música do Pedro Guerra. Niño del dolor que cuelga de los coches y aspira oscuridad crescida de la noche. Ninõ del dolor, sin nada a que agarrarse, perdido en la ciudad ya es parte del paisaje. Como basura por los rincones. Como los perros, intentando vivir. Viviendo...

E por fim, lágrima.
Leminski.
"Noite sem sono
O cachorro late
Um sonho sem dono"

olhos pesados

De fato: a grande maioria das pessoas só pensa em dinheiro.

Será que sou eu que tô errada???

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

do Rio

É bom ter alguém pra escrever antes de ir dormir.
O coração fica quentinho.
Boa noitch, em carioquês.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

rouquidão

Quando bate, bate.

Quando bate, beta, é daquele jeito que você conhece: é como aquela música que você não consegue parar de ouvir. Aquela que, cada vez que repete, você percebe um acorde novo, uma respirada, uma arranhada de cordas. Você decora cada pedaço da melodia, como se soubesse tocá-la. E nunca cansa de ouvi-la. Torce para que ela volte no shuffle e, quando ela começa, sobe um arrepio desde o cóccix que explode no meio do peito. E a felicidade é tamanha que dá vontade de sair dançando, pulando, abraçando todo mundo que está na sua frente.
Quando bate, é assim.

Mas quando não bate, não bate.
E pronto. Para de ficar inventando motivo pra ficar rouca.
Fala logo o que tem pra falar e tchau.
Bate em outra porta.

domingo, 15 de novembro de 2009

so precious


Gente, essa é a Vitoria. Eu já mencionei ela em vários posts e as pessoas ficavam me perguntando quem era... pronto, agora estão apresentados. Ela é minha housemate, companheira desta passagem tão ligeira. Ela só finge ser gata pra ganhar mais carinhos, mas na verdade ela é gente. Tenho certeza que na próxima encarnação voltaremos como irmãs!
E pra quem não gosta de gatos, já aviso que nem adianta resistir, porque ela conquistou até a pauli, que tem pavor de felinos.
Não há que não se apaixone...

sábado, 14 de novembro de 2009

de como fiquei bruta flor

quis levantar e sair. quis, em vão, conter as lágrimas. mas deixei os olhos ardendo. resisti, porque só quem já teve um grande amor que se esvaiu viveu a perplexidade do fim, o fundo do poço, o ritual de sobrevivência (respira!), o eu e o outro, o interim, o último encontro, o ritual de cura, a paramentação para a morte e finalmente o renascimento. quis te escrever pra te contar quantas chaves eu ganhei, quantas portas eu já abri e quantas já fechei. mas na impossibilidade, escrevo aqui, "como se falando do nosso amor ele não moresse nunca e eu mantivesse um romance secreto sem nem sequer você saber...".
É que eu preciso de um amor assim como um respiro para entrar num compasso.

De como fiquei bruta flor ou espasmos literários de um coração desvairado
de Claudia Schapira
Direção Cibele Forjaz
Elenco: Lucienne Guedes e Mariana Senne
SESC Consolação
Espaço Beta - 3o andar
quintas e sextas às 21h
Até 04/12

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

edukatora

Essa noite sonhei que tinha sequestrado um desses ricões que anda nesses carrões. Estava a caráter: encapuzada, armada e falando grosso com o cara, que suava e tremia e acho que fez xixi na calça no sonho, não lembro bem. Entramos no carro dele (eu e uns caras que eu não sei quem são) e fomos dirigindo pela Marginal Pinheiros, quilômetros a fio, até onde a cidade escurece e a ponte divide quem "acha que é" de quem "não tem o direito de ser". O mais engraçado é que o clima do sonho era tenso pra caramba, mas eu não estava assustada, me sentia à vontade, como se fizesse aquilo todo dia. Chegamos numa quebrada lá no extremo da Zona Sul e estacionamos o carrão. O cara desceu, tremia tanto que não conseguia nem andar direito. Entramos numa casa e o levamos pra um quartinho, onde só tinha uma cama e um aparelho de som. Eu peguei meu ipod e coloquei "Vida Loka" dos Racionais a todo volume pra ele ouvir. E fechei a porta.
Acordei.
Despertei cansada de dois mundos. Porque o mundo que eu amo é um só, ele é único, indivisível. Ele é redondo, não tem arestas. Ele é colorido, não branco e preto. E todo dia (todo dia, todo dia) aquele velhinho indo buscar latinhas, olho pra ele com piedade, fotografo ele em P&B e sinto quase vergonha, porque todo mundo nasceu igual, com o direito de ser. Todo mundo faz cocô igual e espirra igual e quando morrer, vai ser igual também.
Então eu não entendo: se somos tão iguais, por que é que somos tão diferentes?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

meias furadas

Há alguns anos adotei o hábito saudável de tirar os sapatos antes de entrar em casa. Um modo preservar a meu lar das impurezas da rua, deixar pra fora caminhos que pisei e não quero que entrem na minha intimidade. Também porque adoro andar descalça, mesmo no inverno, e por causa da Vitória, que ama se arrastar pelos cantos da casa e depois vai dormir na minha cama nas noites frias.
Fato é que peço para todas as pessoas tirarem os sapatos ao entrarem na minha casa. Sim, para todas, mesmo as chuleizentas e as desconhecidas. E para aquelas (ou aqueles) que vêm pela primeira vez aqui. Eu já vou avisando no elevador, muitos gostam da ideia, mas outros se sentem incomodados. Então outro dia, já num teor alcóolico elevado, dei um pause nos amassos no elevador e disse: "Ó, na minha casa só tem uma regra: precisa tirar os sapatos antes de entrar". O moço ficou constrangido. Num nível... tipo bastante constrangido. Até esfriou o clima, coisa e tal. Juro que achei que ele fosse inventar uma desculpa qualquer, apertar o térreo e se mandar. No breve trecho que separa a minha porta de entrada do elevador, um silêncio cruel. Enfiei a chave na fechadura, começei a descalçar o tênis ou qualquer coisa que estivesse usando.
E ele mudo. Imóvel. Estarrecido.
"Que foi?", perguntei num tom debochado, "sua meia tá furada????"
"É... bom...hmmm, errrr......", balbuciou evitando me encarar.
Comecei a gargalhar no corredor. Por uma fração de segundos, de novo, achei que ele fosse virar e ir embora, mas ele também não se conteve. Demos risada de dobrar, aquela de dar dor no abdômen.
E entramos de sapatos mesmo.
(...)
Moral da história: não jogue fora suas meias furadas. Pode ser divertidíssimo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

felicidade é...

... se ACABAR num samba depois da aula de percussão mais incrível da vida.
Era tudo que eu precisava.
Boa noite.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

tudo vai fazer sentido

Onde estão o centro e o sentido?
No umbigo?
No meu é que não é.
Deve ser no centro do peito, naquele ponto que a quinta sessão de rolfing de hoje despertou: pura energia do core.
Será que centro e sentido estão no mesmo lugar?
O centro é lá fora e o sentido aqui dentro?
Ou o centro é bem aqui dentro e o sentido é criado lá fora?

Acreditar que nada é por acaso é uma das minhas premissas de vida. No olho do furacão é difícil discernir qualquer coisa, mas a Maria disse que um dia tudo vai fazer sentido.
Respirar. Comer bem. Tomar muita água. Expirar a ansiedade. Dormir bem. Dar risada.