segunda-feira, 31 de agosto de 2009

quanto mais purpurina melhor!!!

Não se incomode, o que a gente pode, pode, o que a gente não pode, explodirá. A força é bruta e a fonte da força é neutra e de repente a gente poderá.

Gilberto Gil

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

o presente que mudou o mundo

Pessoas de todas as idades, em todas as partes do mundo, acordaram com um pacote de presente ao lado. Era uma dose farta e generosa de bom humor. Todos – sem exceção – foram contagiados. Nesse dia, que mudou a história da humanidade, tivemos a chance de reciclar: rancores, preconceitos, preocupações, temores, receios, sofrimentos, impedimentos... Tudo – tudo mesmo o que não interessa e não tem utilidade – foi transformado com leveza. E à medida que os pacotes eram abertos e o bom humor encontrado, o mundo foi ficando cada vez melhor. Enlaçamos as mãos. Somamos talentos. Encontramos soluções e fizemos o que precisava ser feito para vivermos plenamente. Hoje esse dia é celebrado como o Dia da Graça, do Riso, da Alegria; onde a vida ganhou mais energia e cor, ganhou as ruas, os corações, os casebres e mansões e se fez presente em nossas ações.
(da www.wikifuturos.com)

again, again, again

Eu, pra variar, choramingava por um homem qualquer. Na sala de estar da nossa casa tipicamente inglesa, sentadas no chão, rodeadas por gatos, bebíamos Bacardi como água. A única regra era beber o suficiente para esquecer. Lá fora, frio. Do lado de dentro, aconchego. Talvez fosse a nossa latinidade ou o simples fato de nossos corações conseguirem conversar sem ressalvas. O cd do Sting que eu tinha acabado de ganhar da Pal comemorava nossa pré-ressaca. A faixa 01 "Brand New Day" foi a trilha daquela noite. Lembro de pedir inúmeras vezes pra ela voltar pra aquela faixa com aquela cadência de quem já passou do ponto: "agaaain, agaaain, agaaaain number óooone". E ela se levantava, cambaleando até o som, voltava para a faixa um. Acho que ela fez isso umas 25 vezes, até dobrarmos de dar tanta risada e não parar de falar "agaaaain, agaaaaain". Mesmo sem a música ter acabado, ela ia lá e apertava o botaozinho. E ríamos. Muito.
Coisa de bêbadas.
"My angel", foi como passei a chamá-la depois daquela noite. Ela me salvou de mais uma dor de cotovelo, cuidou da minha ressaca, e ainda se encarregou de aquecer outras geladas noitadas londrinas, com ideias mirabolantes, a boca sempre pronta pra um sorriso.
Faz 10 anos.
Tempos depois, nos encontramos em Buenos Aires. Recém-casada, orgulhosa de ser dona de casa, mulher trabalhadora, esposa, mas ainda conservava aquela menina traquinas de olhos grandes e brilhantes. Fez uma festa pra mim com empanadas, me apresentou seus amigos, seus pais, seus sonhos. Tomamos um porre rememorando os velhos tempos, ouvimos "Brand New Day", rimos muito. Choramos ao nos despedir.
Em seguida, a filha. A separação do marido.
"Às vezes a vida precisa de um 'agaaaaain'!", ela disse.
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Hoje percebi que não devia ter ficado tanto tempo distante de você.
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brand new day

How many of you people out there
Been hurt in some kind of love affair
And how many times do you swear that you'll never love again?

How many lonely, sleepless nights
How many lies, how many fights
And why would you want to put yourself through all that again?

"Love is pain," I hear you say
Love has a cruel and bitter way
Of paying you back for all the faith you ever had in your brain

How could it be that what you need the most
Can leave you feeling just like a ghost?
You never want to feel so sad and lost again

One day you could be looking
Through an old book in rainy weather
You see a picture of her smiling at you
When you were still together
You could be walking down the street
And who should you chance to meet
But that same old smile that you've been thinking of all day

You can turn the clock to zero, honey
I'll sell the stock, we'll spend all the money
We're starting up a brand new day

Turn the clock all the way back
I wonder if she'll take me back
I'm thinking in a brand new way

Turn the clock to zero, sister
You'll never know how much I missed her
Starting up a brand new day

Turn the clock to zero, boss
The river's wide, we'll swim across
Started up a brand new day

Sting

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

diana x vanderlei

Ela (para ele): "Eu nunca mais vou..." (pausa longa)
Ele (para o público): "Bom, ou ela fala agora, ou só depois dos comerciais".
Ela: "Ai, acho que me arrependi no meio da frase...".

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

ziriguidum

Tocar pandeiro é difícil pra cassete.
Mas é fantástico!!!
Tô apaixonada.

domingo, 23 de agosto de 2009

a vida é um prato feito

Vou contar um segredo: um dia qualquer, depois do ocorrido, decidi levar flores pra ela. Eu lembrei da Emilia, de como a gente se gostava e se dava bem. Não conseguimos nos despedir, e ela (de raiva) deu fim numa caixa de roupas que eu deixei na casa dela, devia ter uns 2.000 euros de roupas semi-novas lá. Talvez, se eu tivesse tido a coragem de ligar, isso não teria acontecido - mas isso é outra história.
Nesse dia, então, decidi levar orquídeas. A tristeza me consumia, mas me arrumei bem bonita, passei aquele lápis azul que todo mundo elogia quando eu passo. Coloquei meus óculos de sol novos, apesar do céu nublado. Estava um dia abafado típico de dezembro, o céu baixo, quase encostando nas nossas cabeças. Fui dirigindo devagar pela Radial Leste, chorando. Ouvia Esperanza Spalding "...you always wanted something more from my body and said you needed something more from my loving, but all you got was me and that´s all that I can be, I´m sorry if it let you down...", acho que inconscientemente guardava a esperança secreta de que algo mágico pudesse acontecer naquele trajeto, você apareceria parado no farol ao meu lado ou encontraria teu carro na porta da casa dela, uma visita inesperada, uma coincidência feliz. Mas antes de chegar, comecei a tremer. Eu confiava nela, sabia que iria ser um segredo só nosso, ela jamais te contaria. Mesmo assim, estava insegura. De maneira nenhuma estava fazendo aquilo para você saber, mas você não iria acreditar se descobrisse.
Toquei a campainha. Ela saiu secando as mãos num pano de pratos velho. Me olhou com espanto. "Oi!. Tá tudo bem???", perguntou.
"Está. Vim te fazer uma visita...", disse eu, já com a voz embargada.
Ela abriu o portão. Me beijou. "Entra. Quer um café?".
"Não, obrigada. Tô meio apressada... Na verdade, vim trabalhar pra esses lados hoje e passei pra te trazer essas flores. E pra despedir de você".
"Despedir?? Por que? Você vai viajar?", perguntou.
"Não sei ainda. Talvez vá. Talvez fique. Mas eu vim pra te dizer que gosto muito de você. Precisava te dizer isso, já que não vamos mais nos ver", despejei.
"Minha filha, a gente nunca sabe de nada. Agredeço as flores, são lindas. Mas a gente se vê por aí, a vida dá voltas".
Por debaixo dos meus grandes óculos escorria uma lágrima. Ela, durona, não foi capaz de me dar um abraço e de dizer que tudo ia ficar bem. Mas fez o que pôde. Ofereceu novamente um café fresquinho para tentar desatar nós e, na sua simplicidade, disse uma coisa que nunca esqueci: "A vida não se engana, Beta. Ela é um prato feito. A gente é que tem mania de não querer comer o que tá no prato. A gente quer que as coisas sejam como a gente quer, mas não é assim não. Come e pronto".
Ao sair daquela casinha com jeito de interior, levei o cheiro do café coado na hora. Reparei no cacho de orquídeas, sobressalente em meio às outras plantas de que ela gostava. Imaginei você, que ao passar por aquela varanda quando fosse, certamente iria reparar nas flores novas. Um rastro meu pra você.

sábado, 22 de agosto de 2009

ex-férias-futuras

Eu sei que parece injusto eu pedir férias de novo. Eu acabei de voltar. Mas agora tô querendo uma pausa diferente: das pessoas.
já já passa.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

chove horrores. E troveja.
estou afundada no trabalho. De cara, corpo e alma.
afundada no prazer, mas também na fuga.

Serena, calma e feliz.

Só com aquele pequeno pavor antecipado de voltar a pensar que me faltas.

não, tu não.
tu fostes, já não és.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

coerência

A ética é, em si, um conceito positivo. Não existe, para mim, ética má ou falta de ética. Tudo o que me aproxima da minha essência e faz bem à minha alma é ético. Na incansável busca por uma maior conexão comigo mesma, lá está a ética: me ordena que, na possibilidade da escolha, eu faça somente o que me faz feliz. E que eu seja coerente com as minhas verdades, sempre.
Vamos lá, então.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

27 anos (parte 2)

Hoje me vali da minha pouca experiência, pouca vivência, pouca paciência. Hoje me vali da minha juventude. De forma geral, é cruel ter questionamentos, mesmo de ordem prática. Não poque ninguém os responda, mas porque não se pode perguntá-los. É feio não saber, é quase ridículo. Quando olho ao meu redor, percebo o quão jovem eu sou para o cargo que ocupo, para as responsabilidades que assumo, para o risco que corro. Eu realmente não sei muitas coisas e nem devo sabê-las. Há anos recebo o tapinha no ombro acompanhado da frase feita mais batida que alguém com mais de 40 pode dizer: "Calma, um dia você vai mudar, você vai amansar". É claro que eu vou mudar, só os idiotas não mudam. Minhas prioridades também vão mudar, minhas angustias vão ser outras. Mas a minha essência permanecerá a mesma. E ela não vai se adaptar, não vai se acostumar, não vai parar de perguntar e nem de se indignar. A minha essência vai ter sempre 27 anos.
E tenho dito.

domingo, 16 de agosto de 2009

teresa em Gramado

O melhor curta-metragem é o melhor curta-metragem. E não foi só melhor filme: foi também melhor direção e melhor montagem. Foi incrível ouvir essa linda notícia dos teus lábios. O sonho que se torna palpável, realidade projetada na telona. Obrigada por me fazer estar presente em cada possível detalhe, desde o embrião desse sonho. Obrigada por me ligar para contar. Estou tão orgulhosa de você, da sua conquista, do seu reconhecimento público. E isso é só o começo, tenho certeza.
Amo você. Que o sucesso venha em dobro, em triplo, até cansar!

sábado, 15 de agosto de 2009

essa é pra você

Na nossa evolução, fomos projetados para a paz. Por isso, quando encontramos o outro, sorrimos: para mostrar que nossos caninos são pequenos.

Por isso, não desista, querida. Um sorriso SEMPRE abre portas.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

cult but not pop

É fato: eu não sou pop.
Adoro ser low profile.
Cultivo boas amizades, mas meu telefone raramente toca para convites pops.
Não tenho um trabalho que me dá status.
Não consigo ingressos de jabá (porque não peço).
Não sou amiga de nenhuma celebridade instantânea [não sei fazer "espuminha", como diria o Trindade. No máximo, conheço de vista alguns caras respeitáveis - famosos por mérito, mas não sou amiga deles, de jeito nenhum].
Não toco na funhouse e não gosto daquele som.

Tem coisa melhor?
Ser cult sem ser pop?

Ah, eu tô tão feliz... viva o boogaloo!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

telesp informa

Hoje aconteceu um fato inusitado, quase inacreditável: conheci a dona da voz que diz "este número de telefone não existe...".

Ela existe!
Acredita?!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

baby won't you please come home

Não é fácil conviver com você. Palhaço, moleque, suado. Não é fácil conviver com sua bagunça, sua inquietude, arco-íris de emoções. Não é fácil desentender o mundo que até hoje fingia entender.

Mas eu me esforço.

Porque o teu humor me leva leve como o céu de brisa que desenha nuvens mansas. Teu sorriso e tua generosidade são meu café da manhã. Tua maquiagem borrada, escorrendo pelo canto do olho depois de horas de trabalho apaixonado, chega a ser pateticamente romântica. Eu te admiro. E te fotografo: absorvo as sutilezas das tuas expressões e dos teus gestos. Amo tua grandeza tão pequenina, tuas palavras pouco ensaiadas. Tua simplicidade e teus dons manuais. Adoro tuas mãos - quando me tocam: suspiro, estremeço.

Transpiro.

Pensar que você pode não estar é fel na boca. Eternizo você em mim todos os dias, descortino o quarto para o sol entrar com você, frescor dessas manhãs invernais. Atrevo-me a me descuidar, por saber que vais cuidar de mim. Retribuo suas massagens porque me inspiro com seu prazer. Danço pisando nos teus pés - e você nunca reclama.

Pensando bem, é realmente muito fácil conviver com você.
Porque há amor. Do tamanho suficiente.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

cuídame

Hoje caiu no meu colo a letra dessa linda música. E me lembrei que há um ano eu escrevi sobre cuidado e refleti muito sobre isso.
No fundo, eu sinto falta de escrever.

Cuida de mis labios,
Cuida de mi risa.
Llévame en tus brazos,
Llévame sin prisa.

No maltrates nunca mi fragilidad,
Pisaré la tierra que tú pisas.

Cuida de mis manos,
Cuida de mis dedos.
Dame la caricia,
Que descansa en ellos.

No maltrates nunca mi fragilidad,
Yo seré la imagen de tu espejo.

Cuida de mis sueños,
Cuida de mi vida.
Cuida a quién te quiere,
Cuida a quién te cuida.

No maltrates nunca mi fragilidad,
Yo seré el abrazo que te alivia.

Cuida de mis ojos,
Cuida de mi cara.
Abre los caminos,
Dame las palabras.

No maltrates nunca mi fragilidad,
Soy la fortaleza de mañana.

(Pedro Guerra + Jorge Drexler)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

te extraño

Vivenciados os limitados e mundanos interesses sexuais que nos unem, vamos pensar agora no que nos causa saudade. Saudade original. [desculpe, não quero soar clichê, mas talvez você não entenda o que eu quero dizer quando escrevo "saudade". Se isso por ventura acontecer, é normal].
O que me faz brilhar os olhos ao falar de ti? Como a boca esboça um sorriso espontâneo quando te lembras de mim? Quais odores nos recordam o nariz enfiado no cangote, o cangote sobre o travesseiro macio cheirando a você? Quais brutalidades ditas ou ousadas nos trazem de volta a sensação de estarmos próximos, tremendo, mais uma vez juntos? E o que se esconde por trás dessa dureza aparente?
As conversas. Sim, as conversas são nosso grande trunfo, nosso valor, o grande momento de êxtase, de conexão. Minha mãe um dia me disse: "minha filha, só se case com um homem com quem você tiver um papo bom, porque o resto um dia termina. As conversas nunca".
Descobri: é isso que me causa saudade de ti.
E todo o resto também.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

hello stranger

A intenção é manter esse estado de graça. De graça. Sem cobrar nada de ninguém, sem ser cobrada por nada. Porque afinal a vida é prazer. Puro prazer. Fiz um pacto comigo mesma: ser estrangeira na minha cidade, explorar novos cantos, sem medo, sem cismas, sem pudores, como se estivesse constantemente viajando, mas estando aqui. A outra ideia é bem simples: fazer um novo amigo por semana, uma pessoa que pode passar incólume ou ficar pra sempre, não importa. Afinal, nas viagens, é assim que funciona. Então hoje conheci meu amigo dessa semana. No avião, indo pra Ribeirão. Logo nos tornamos amigos de longa data, sem chance para pausas. Foram conversas leves, encaixadas, como se há muito tempo estivéssemos esperando por elas. Foram olhares cúmplices, desafiadores, íntimos. Olhares complacentes de ternura, respeitando-se nas diferenças. Despedimo-nos combinando breves trocas para manter viva a promessa de sermos simplesmente mais felizes.

É só essa simplicidade que eu almejo, a cada dia.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

swallow it, babe

tô de volta à paulicéia.
não é fácil engolir lembranças.
e nem mudar de canal em 24 horas.
hoje trabalhei que nem uma camela, deve ser pra evitar depressão pós-férias.

agora não consigo dormir.
a Simone me espera pras últimas páginas.

então vou ler e fingir que escuto o mar.