sábado, 24 de abril de 2010

lindo, conciso e preciso

"Our culture embodies the sense we make of our lives; it is built on the values we share and the ways we come to terms with our differences; it deals with what matters to people and communities: relationships, memories, experiences, identities, backgrounds, hopes and dreams in all their diversity. And most of all, our culture expresses our visions of the future: what it is we want to pass on to future generations. Our culture connects our present with our pasts and with the future we imagine. It is with culture that we make the connections, the networks of meanings and values, and of friendship and interest, that hold us together in time, in place and in society. Our culture describes the ways we tell each other our stories, how we create our sense of ourselves, how we remember who we are, how we imagine who we want to become, how we relax, how we celebrate, how we argue, how we bring up our children, the spaces we make for ourselves. Our culture is the expression of our desires to be happy, our desires to belong, our desires to survive and, above all, our desires to be creative".
Jon Hawkes - 2003

sexta-feira, 23 de abril de 2010

tá tudo bem!

...MELHOR PRA SE ENCONTRAR
É VER COM QUEM
E ONDE QUER ESTAR...

terça-feira, 20 de abril de 2010

quinta-feira, 15 de abril de 2010

botar reparo

Ontem (que ainda é hoje) o dia começou mal. Muito mal.
Aquela sensação de desamor voltou. Não encontrava forças nem para falar com Deus. Entrei no banho, a água muito quente caindo sobre meus ombros e nenhuma vontade - nem de chorar, nem de rezar, nem de morrer, nem de sair debaixo do chuveiro.
Mas uma luz da manhã entrou pela porta: apertou minhas mãos em prece e me disse que tudo ia ficar bem. Recobrei então um fio de confiança e saí para encarar o mundo.
No meio da tarde, duas surpresas botaram reparo na minha tristeza:
-um ato de muita generosidade e amor;
-um encontro improvável, mas absolutamente sensato.
E o dia terminou muito bem.

Agora, ontem já é hoje, e vai começar bem.
Mesmo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

ela

...é que eu não sei direito o que está acontecendo, não estou conseguindo organizar as coisas [meu elemento dominante é "ar", então não saber como organizar as coisas não é propriamente confortável...]. Me lembrei de uma frase que não lembro quem falou: "escrever torna o fardo mais leve". Acho que é por isso que eu escrevo, pra entender que a vida é totalmente alheia às nossas vontades. Vai acontecendo por sua conta e, quando você vê, já está lá: céu azul na manhã de outono, esperando o farol abrir, ar fresco e felicidade no rosto. Felicidade porque eu nasci assim. E porque essa coisa de encontrar no fundo do pulmão o último fio de ar está me enlouquecendo de prazer e de felicidade. Essa mania de insistir em versos perfeitos, essa busca pela síncope, o desencadear mágico de sílabas, a conquista prazerosa, o processo doloroso... eu não sei porque tudo isso está acontencendo comigo.

Mentira, eu sei sim: porque a arte existe para nos dar a vida.

terça-feira, 13 de abril de 2010

jairo bouer

Não deve ser fácil ser o Jairo Bouer: o cara dá dica de sexo pro Brasil inteiro, manja tudo sobre o assunto, não tem nenhuma duvidazinha... imagina a mulherada caindo em cima com a expectativa dele ser um fenôôômeno na cama???
...quer dizer, eu não sei se ele é casado, ou gay, mas, de qualquer forma, não deve ser fácil ser o Jairo Bouer.
Mó pressão, hein?!

domingo, 11 de abril de 2010

cristovão de burgos

Ao passar pela rua cristovão de burgos, cruzando a heitor penteado e desembocando na avenida pompéia, parece que estou realmente entrando num mundo encantado só meu. Gosto desse momento, o farol sempre vermelho, a espera num cruzamento meio obscuro, que em breve será ocupado por mais um prédio muito alto com apartamentos apertados que valerão mais do que eu posso pagar por terem um CEP da Vila Madalena e por estarem do lado do metrô (...).
Mas eu gosto desse cruzamento: ele representa a transição para minha casa, como se estivesse me enrolando num edredom macio num dia frio.
Depois de passar por aquele farol, nada consegue mais ser linear. Lembrei da professora Raquel, primeiro ou segundo ano de jornalismo. Para ilustrar um case de insucesso em seus tempos de estudante, ela contava que teve a ideia de fazer uma reportagem sobre alguns dos nomes bizzarros, curiosos, famosos das ruas de São Paulo. Lembro dela dizer que acreditava que aquela fosse uma pauta genial, achava que as pessoas iam se interessar por saber quem havia sido "cristovão de burgos", por exemplo. Por isso batalhou, apurou, escreveu, mas foi um fracasso: o diretor do então jornal estudantil vetou o texto, alegando não ter nenhum tipo de apelo. Não sei porque lembro sempre dessa história quando decoro o nome de uma rua...
Lembrei que sonhei com o Pedro na noite passada, mas não lembro exatamente o que. Aí me lembrei da mãe da Helô falando de superego nos sonhos e depois do seminário de hoje de manhã, em que a Vivi mencionou que conseguiu entender mais sobre seus próprios sonhos depois do texto da Eclea Bosi, decidi que vou ler. Pensei que me auto-boicotar virou um hábito e as recentes experiências só fazem reforçar essa necessidade, como se assim conseguisse me proteger das enfermidades exteriores. Das loucuras, dos acasos, dos tombos. De fato me protejo. É uma opção cara. Não tenho muitas vontades, atualmente. Não tenho muita paciência pra noites sem luar.
Aí eu dobrei na rua diana e fiquei pensando em como você é bonito. Tão bonito que até dói.
ai...

sábado, 10 de abril de 2010

... é que eu sou alérgica à solidão. E, por mais venenosos que sejam os homens, são o único antídoto capaz de me curar.

IN ON IT
Com: Emilio de Mello e Fernando Eiras
Direção: Enrique Diaz
Texto: Daniel MacIvor
Vencedor do Prêmio Shell RJ nas categorias ator e direção.
(fim de temporada no Teatro Faap, mas reestréia no Eva Herzt em 07/05). Não percam!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

segunda-feira, 5 de abril de 2010

doida

Há textos teatrais que deveriam ser vistos por todas as pessoas. Sobretudo pelos que, como eu, questionam sua própria lucidez em tempos tão árduos de convivência humana. Pelos que, também como eu, sentem um deslocamento quase perene em relação a estes tempos. Deslocamento geográfico, temporal, atmosférico: incompletude de sentidos.

Sim, sou doida. Sou poeta, sou artista, sou visceral, sou extrema. E por vezes sou vil, como todos os seres humanos. Amo a vida, no entanto muitas vezes desejo morrer. Porque para viver eu preciso de poesia. E quero ver poesia em torno de mim. E quando ela me falta, falta-me o ar.

Sou doida por acreditar que a arte é um tratamento de choque para jogar as pessoas na sensação, para tirá-las desse estado de torpor.

Doida por amar demais, por me apaixonar demais, por achar que o que aconteceu na verdade não aconteceu. Ou vice-versa, mas não importa.

Doido esse coração de tanto doer.

Doido
de Elias Andreatto
Teatro Ágora
sáb (21h30) e dom (18h)
até 30/05

sábado, 3 de abril de 2010

neném

Nesses tempos de excessiva ansiedade percebi que tem uma coisa que me faz pausar. Não consigo conter as lágrimas ao ver um recém-nascido. Posso ficar contemplando por horas em silêncio aquele serzinho perfeito, a paz da sua breve respiração, os pés (enrugadinhos), as narinas (tão pequeninas), a maciez da pele, a moleza do corpinho ainda desprotegido, os olhos entreabertos para o mundo. Ontem fui visitar a Mel na Promatre. Ela nasceu na quarta-feira - calma, encantadora e saudável. Fiquei um tempo em frente à maternidade esperando a Ciça chegar e me enchi de esperança ao ver muitas grávidas felizes, muitas recém-mães felicíssimas, muitos recém-pais cuidadosos e amorosos. É incrível essa energia. E como se não bastasse a emoção de ter visto a Mel e a Maria Paula e ter partilhado da felicidade delas, eu também vi um neném nascendo! Porque lá na ProMatre eles têm umas salas cirurgicas com vidro e você pode assistir aos partos. É uma piração! Fui parar lá por acaso, quando saí do elevador meio sem direção tentando achar o quarto da Maria Paula, dei de cara com esse corredor de vitrines. E exatamente neste momento um bebê estava vindo ao mundo. Foi comoção generalizada, vó, tia, amigas... dentro da sala, o pai se acabava em lágrimas e beijava sem parar a esposa, numa das cenas mais doces que pude presenciar nos últimos anos. Em estado meio catatônico, as lágrimas jorravam involuntariamente dos meus olhos, felicidade sem fim.
A vida é realmente um milagre.

sexta-feira, 2 de abril de 2010