segunda-feira, 29 de outubro de 2012

31

De repente percebo que começo a ter rugas. São marcas indeléveis de uma vida intensa, lindamente construída sobre minhas vontades e escolhas. Trago marcas pra todos os gostos, de tristezas profundas e alegrias indescritíveis, amores muitos, viagens loucas, poucos excessos, porque sempre amei muito meu corpo.
Mas viver conforme a orientação da minha alma é muita guerra. É preciso buscar coragem lá no fundo do coração, coragem para agir com fé a amor, coragem para desapegar-se do que não está para mim. Eu, que pouco me importo com “os outros”, me percebo triste ao constatar que um ato tão puro como agir a partir das vontades da minha alma gera incompreensão alheia. Aos olhos dos outros parece descaso, parece loucura, mas na verdade é só altruísmo, porque quando você liberta, está prestando um serviço a várias dimensões, não só a você mesmo.
Esta não é a primeira solidão da minha vida – e nem será a última. Já sobrevivi antes, às vezes mais morta do que viva, e aqui estou, mais viva e fiel do que nunca. Eu amo demais, amar é coisa muito boa. E parto para novas viagens com o coração aberto, pra mostrar fotos ainda inéditas, contar e ouvir causos e descobrir novas canções.