sexta-feira, 18 de setembro de 2009

fantasia

Ele estava fora de contexto, encarnando o batman em um ambiente onde todos haviam improvisado divertidas fantasias, criativas até demais - vasos de flores pernambucanos e jardins encantados coletivos, quase alucinógenos. Fato é que ele apenas entrou numa loja, comprou a sua fantasia e foi. Ou talvez ele fosse mesmo o Bruce Wayne em carne e osso. Era o dono da festa. Carregando toda sua humanidade contraditória de super-herói, direto das telas de cinema para um casarão do século XIX em Santa Teresa. Veio voando (de preferência), não para salvar a humanidade, mas para tomar umas biritas e fumar um beque no rio de janeiro. Afinal super heróis também têm o direito de se divertir...
Esse Batman carioca era alto, bem apessoado. Caminhava a passos largos e pesados, não tirou a máscara uma só vez. Circulava com classe, chamando atenção, segurando sua longa capa preta. Foi num desses momentos sublimes: com olhar fixo, atravessou a pista de dança do imenso jardim. Aproximou-se dela, estilo mignon, cabelos enrolados, boca carnuda e vermelha. Parou por um segundo a sua frente (penso que super heróis devam se sentir inseguros às vezes), mas, sem titubear, apanhou-lhe o queixo, inclinando-o levemente para o lado direito, e eletrizou seus lábios. Longamente. Ela não resistiu, amoleceu seu corpo envolto em um corpete apertado. Suas línguas se enrolavam com uma intimidade conquistada em poucos segundos. Ele levantou a capa negra e os enrolou, evidenciando os contornos dos corpos perfeitamente encaixados. E voaram alto, como ela jamais havia sonhado, com a leveza que só os encontros fortuitos podem ter.

2 comentários:

Naila Broisler disse...

que lindo....que a mascara do seu batman não caia. E se cair, que o nú seja ainda mais belo!

Helô disse...

CLARO QUE LEMBRO!!! Esta noite foi muito divertida!!
bjks