segunda-feira, 4 de maio de 2009

declaração ufanista

Em conversa de bar com uma simpática libanesa que vive em Amsterdã há 7 anos, sobre os mais belos países da Europa, as comidas, a diversidade, ela me perguntou: "Então, qual é, na sua opinião, o melhor país para se viver?". Sem hesitar, respondi que o este era o melhor país, o Brasil. Ela me olhou surpresa, não porque não concordasse, mas ela deve ter ficado pasma com a minha rapidez na resposta certeira.
Até eu fiquei meio surpresa com isso, pra dizer a verdade. Passei anos sonhando em como seria o dia da minha partida, da minha mudança para outro país. Passei anos idealizando um outro país. Passei a vida (até hoje) lidando com a dilacerante realidade da dupla cidadania, da dupla formação, dos duplos e contrastantes valores, sempre priorizando os do velho continente (essa maldita síndrome de cachorros vira-lata!).
Há alguns anos, descobri o Brasil. Fascinada. Hoje não me mudo. Não vou embora. E não tampo o sol com a peneira: sei dos problemas que temos e eles continuam me indignando. Só que, diferentemente de antes, eles agora me instigam a ficar.
Então, quando a libanesa me olhou supresa, eu contei pra ela o que o Augusto de Franco me insinou: ele dizia que qualquer localidade do mundo pode ser o melhor lugar pra se viver. Estar imbuído da certeza de que não há melhor lugar para se viver do que aquele em que se vive já é, de certa forma, transformá-lo no melhor lugar do mundo - com os milhares de fatores envolvidos em toda essa questão, sem querer simplificá-la. Por isso minha resposta certeira, sem hesitações: porque eu já materializei o Brasil como o melhor lugar do mundo para eu viver. Porque todo o resto do mundo maravilhoso que eu conheci até hoje me mostrou que Brasil é puro sol, fonte de vida, de luz, com todas as suas quenturas e brilhos.

2 comentários:

mel disse...

a conversa foi tão boa. quero mais! e o final da noite foi inusitado... mas fica para a próxima caminhada!

Anônimo disse...

Q coisa linda! Brasil é quente, colorido, vivo...principalmente quando estamos dispostos em transformá-lo um pouquinho com nosso jeitinho...rsrsrsrs...Às vezes me questionava se me sentia realmente brasileira e o que era o sentir brasileira? Tanta mistura, não é?! Ta aí a graça de nosso País. bjokas