domingo, 8 de março de 2009

writing to reach you

Acho que você não lê o que eu escrevo aqui. Te conheço o suficiente para saber que o rancor não te permite. Te conheço o suficiente pra saber que você deixa a luz acesa pro zeca não ficar no escuro quando você sai. Contudo, mesmo que você quase certamente não leia, há posts - a maioria deles, diga-se de passagem - que eu ainda escrevo pra você. Escrevo pra te alcançar ("reach you", acho que essa é a melhor tradução).
Então ontem fiquei brincando de imaginar que, escondido e calado, consegui te alcançar. Nessa brincadeira, nós nos encontrávamos muitos anos adiante de agora, e você finalmente me dizia que leu tudo o que eu te escrevi. Me fazia a revelação de que continuamos partilhando coisas por muitos anos, segredos até. E que era muito amor que você sentia quando me lia, que isso aquecia teu coração e te reconfortava da crueldade do abandono. Você, por fim, me dizia: não demos certo, minha querida, mas o amor não dá pra matar.

"Every day I wake up and it's Sunday
Whatever's in my eye won't go away
The radio is playing all the usual
And what's a wonderwall anyway

Because my inside is outside
The right side's on the left side
Cause I'm writing to reach you
I may never reach you
I want to teach you, about you, but that's not you"

Travis

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