domingo, 11 de abril de 2010

cristovão de burgos

Ao passar pela rua cristovão de burgos, cruzando a heitor penteado e desembocando na avenida pompéia, parece que estou realmente entrando num mundo encantado só meu. Gosto desse momento, o farol sempre vermelho, a espera num cruzamento meio obscuro, que em breve será ocupado por mais um prédio muito alto com apartamentos apertados que valerão mais do que eu posso pagar por terem um CEP da Vila Madalena e por estarem do lado do metrô (...).
Mas eu gosto desse cruzamento: ele representa a transição para minha casa, como se estivesse me enrolando num edredom macio num dia frio.
Depois de passar por aquele farol, nada consegue mais ser linear. Lembrei da professora Raquel, primeiro ou segundo ano de jornalismo. Para ilustrar um case de insucesso em seus tempos de estudante, ela contava que teve a ideia de fazer uma reportagem sobre alguns dos nomes bizzarros, curiosos, famosos das ruas de São Paulo. Lembro dela dizer que acreditava que aquela fosse uma pauta genial, achava que as pessoas iam se interessar por saber quem havia sido "cristovão de burgos", por exemplo. Por isso batalhou, apurou, escreveu, mas foi um fracasso: o diretor do então jornal estudantil vetou o texto, alegando não ter nenhum tipo de apelo. Não sei porque lembro sempre dessa história quando decoro o nome de uma rua...
Lembrei que sonhei com o Pedro na noite passada, mas não lembro exatamente o que. Aí me lembrei da mãe da Helô falando de superego nos sonhos e depois do seminário de hoje de manhã, em que a Vivi mencionou que conseguiu entender mais sobre seus próprios sonhos depois do texto da Eclea Bosi, decidi que vou ler. Pensei que me auto-boicotar virou um hábito e as recentes experiências só fazem reforçar essa necessidade, como se assim conseguisse me proteger das enfermidades exteriores. Das loucuras, dos acasos, dos tombos. De fato me protejo. É uma opção cara. Não tenho muitas vontades, atualmente. Não tenho muita paciência pra noites sem luar.
Aí eu dobrei na rua diana e fiquei pensando em como você é bonito. Tão bonito que até dói.
ai...

2 comentários:

Paula Corrêa disse...

minha querida, eu adorei o seu blog! parabéns pelos textos, beijos

Beta disse...

obrigada, flor. Vindo de você, sinto-me honrada!
E adorei o site da Adelante!
beijos