segunda-feira, 15 de junho de 2015

carta pro filho [2]

Essa coisa de ser mãe tá ficando cada dia mais interessante: você agora entende tudo o que eu te digo. Tudo não é força de expressão. É tudo mesmo! Entende na medida da sua curiosidade pelo mundo, com a inocência de quem nunca ouviu aquela novidade antes. É lindo de ver.

Hoje te contei que, neste planeta que habitamos, não existem duas pessoas iguais. Tem loiros, rastafaris, budistas, baixos, altos, orientais, muçulmanos, cegos, morenos, meninas que gostam de meninos ou de meninas (ou dos dois)... mas pra muito além disso - e você me olhava muito sério e compenetrado - não existem duas pessoas com a essência igual.

Essa é a grandeza mágica de ser humano, filho: somos parte de uma espécie imensa, mas nem sequer um representante desta espécie é igual ao outro. Tão complexos e fascinantes, cada qual com caminho de evolução, cada um de nós galgando um aprendizado diário único e individual. 

Mas ao mesmo tempo, somos muito parecidos. Precisamos nos parecer para pertencer. Nossa parecência é coisa que nos identifica. Sentimentos, emoções e sonhos em comum nos unificam. Um dia você vai ter a sorte de encontrar alguém que não se parece em nada com você, mas vai ser idêntico a você. Soa estranho, mas isso vai te fazer sentir um bem estar indescritível, como se sua alma tivesse encontrado outra alma idêntica a sua, uma complementação perfeita. A isso damos o nome de amor. Desejo que você cultive sempre o amor no seu coração, filho. É só o amor que nos faz superar diferenças, limitações, preconceitos.
O amor nos faz ser Humanos.



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