terça-feira, 10 de julho de 2012

banho quente

Sorrio pensando que passei um ano tomando banho frio. Não era um grande problema quando chegava da praia, corpo quente de sol. Mas em dias chuvosos era uma verdadeira tortura chinesa. Nessa época, namorava um cara que tinha uma casa com um chuveirão quente, eu costumava dizer que só estava com ele por causa daquele benesse – e talvez fosse mesmo. A gente teve uma história conturbada de algumas indas e vindas, e toda vez que terminávamos eu pensava que um banho frio estava à minha espera. Agora a vida mudou um pouco. Eu me mudei. Tenho meu próprio chuveiro quente, que está a postos para fazer minha felicidade nestes dias nublados. Aqui é minha casa, é onde me sinto bem, onde escolhi estar. Pari uma viagem cheia de sonhos. Voltei convicta. Sofro porque é da minha natureza mediterrânea, mas sei que tudo não passa de uma grande brincadeira. E, sejamos honestos, não há um dia em que brincar não se faça necessário. Loucos, famintos, desamados, buscadores: estamos novamente todos sob o mesmo céu, cheio de estrelas.

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