terça-feira, 18 de maio de 2010

desconhecidos

Anos depois, eles se reencontram. Dois desconhecidos na multidão. Na noite branca, o canto dos vendedores ambulantes e o coro da platéia se ressaca à neblina nos olhos de outono da cidade. Mantém a continência de dois militares. Olham-se fixamente como se já há muito tempo se conhecessem, mas na verdade, nunca até aquele momento haviam se reparado. Nunca ele havia visto a pequena pinta no canto direito do seu nariz. Ela não imaginava que ele fosse capaz de se afundar na sua intimidade tão rapidamente. O desejo os consome por dentro. Em rápidos flashes, passam imagens do futuro, cenas de uma vida por viver.
Uma vida tapeada, enganada, nunca consumada?
Vida palpitante, rasura certeira no destino da gente que parecia já escrito?

O amor quando acontece
A gente esquece logo que sofreu um dia.
João Bosco

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