sábado, 30 de janeiro de 2010

sonho ao contrário

Faz uns dias sonhei contigo. Falávamos ao telefone, você estava puto e me repreendia pela sinceridade dos meus sentimentos, pelos meus posts malditos, me condenando por expor nossa intimidade. Acordei esquisita - diz o João que, mesmo quando não nos lembramos dos nossos sonhos, acordamos sob o efeito deles. E o João também explicou brilhantemente - por meio de um raciocínio complexo que sou incapaz de reproduzir aqui - que, segundo Freud, os sonhos significam o contrário do que na verdade sonhamos. Supostamente você não estaria puto comigo, mas feliz por eu finalmente ter me libertado de você. E não estaria me repreendendo, mas me felicitando pela minha alforria.
Então: hoje, manhã chuvosa, caminhando o caminho meu de cada dia, um encontro molhado. Breve. Indolor. Quase indiferente. Dois cachorros ao invés de um. Nem me incomodou sua mentirinha inofensiva.
Fiquei leve e feliz depois de meia dúzia de palavras trocadas. Desci a rua saltitando, sorrindo pras gotas de chuva que caiam sobre as lentes dos meus óculos.
Vai ver o sonho era mesmo tudo ao contrário.
Estou curada.

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