quarta-feira, 10 de junho de 2009

fervilhando

Passei as últimas 48 horas (quase literalmente) respirando cultura Falando sobre cultura, comendo leis de incentivo, debatendo o papel das artes, ouvindo boas práticas internacionais. Fui ao banheiro com conceitos de cidadania, tomei cafezinho com as políticas públicas, pelejei com a diversidade. Até com a dona Liberdade veio me procurar para trocarmos cartões.
As últimas 48 horas também passei refletindo. As últimas cinco, vivenciando no meu corpo os prazeres da arte, alimentando a minha alma. Estou confusa, agitada. Se num momento me animo, no outro me desestimulo. Se num momento acredito, no momento seguinte acho que tá tudo errado, uma zona mesmo.

Mas vamolá, fazêoquê? Tâmo aquí, né?! O negócio é se molhá!

Como sempre os aprendizados são grandes e me deixam inquieta, pensando nas milhares de possibilidades que o mundo nos oferece, nas milhares de pessoas interessantes que cruzam o nosso caminho. São aprendizados humanos que transcendem a prática e a burocracia de leis falhas e de um Estado incipiente.
Fica cada vez mais forte a certeza de que a cidadania somos nós quem construímos, individualmente, para aplicar na coletividade. Fica a compreesão de que muito avançamos em processos democráticos, em construções de políticas públicas, mas que ainda estamos engatinhando - sim, há ainda um tanto por fazer que dá aquela angustia de não saber nem por onde começar! Fica também cada vez mais forte a impressão de que o individualismo está ruindo, assim como valores excusos do império norte-americano que cultiva o deus capitalismo. Apesar de muitos ainda relutarem, as ações pautadas por esses valores começam a não ter mais espaço neste mundo, onde as redes sociais imperam soberanas. Um mundo coletivo, diverso em sua essência, um mundo em que as conexões são inevitáveis e incontroláveis, e os propósitos reconhecíveis. Um novo contexto onde há que aprender a lidar com a liberdade de ser, de estar, de escolher, de se espressar... a grande maioria de nós não sabe lidar com nada disso - brama por liberdade, mas não sabe nem mesmo administrar a que já tem.
Puxa, estou tão lotada de sentimentos. Transbordando.
Fica, sem dúvida, a certeza de que as coisas têm o seu tempo de acontecer. E elas já estão acontecendo. A Cultura, em seu sentido amplo, é como o ar: nunca pode faltar, senão deixamos de existir.

Um comentário:

Diana Assennato Botello disse...

concordo com vc quando vc diz que os valores do capitalismo norte-americano estão deixando de fazer sentido, e acho isso mais do que apropriado... mas o que virá no lugar?

Aliás, que tal esse papo com vinho?

besos