sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

vai casar

Sempre fui a menos sozinha das solteiras. Aqui e acolá, sempre tinha um hômi a tiracolo, raramente estive sozinha na vida. A grande maioria das minhas amigas tinha namoros duradouros, desses de anos... eu quase nunca. Tive um - e quase casei de véu e grinalda. Por sorte percebi a tempo que ainda era muito jovem para me privar de conhecer tantas pessoas interessantes.

De fato, a escolha de não levar adiante o único relacionamento looongo que tive me trouxe mais ganhos que perdas. Tive experiências muito apaixonadas, conheci muita gente louca, vivi intensamente (claro). Se pudesse voltar atrás, faria tudo de novo.

Hoje: 36 anos, 1 filho que já se veste sozinho... acho que quero casar! Se dependesse do tanto de vezes que já peguei o buquê, devia ter fila na minha porta. Fato é que não sei bem qual modelo de relacionamento desejo. Não acredito no casamento como está posto, mas também não sei muito pra onde correr. Talvez muita gente não goste de ler isso, mas não vejo muitos casais se divertindo pela vida. Vejo conveniências, acomodações. Vejo pouca vontade de crescer junto e muito apego aos vícios e obstáculos. Devo estar errada, por supuesto, caso contrário ninguém veria vantagem em continuar casado ;)  Estas são apenas impressões de uma solteira observadora.

Se eu tivesse que dizer o que acredito mesmo, seria: as pessoas são livres, ninguém é de ninguém. Mas sigo dizendo (até para mim mesma) o que a sociedade quer ouvir: vou casar. Como conciliar estas duas visões? Como se livrar do maldito amor romântico e viver plenamente a liberdade tão própria de quem ama? Esta é uma pergunta que tem me perseguido nos últimos tempos.

Da turma mais chegada, estão todas casadas. E pra festa de Natal, na lista eu leio "Beta + Tom". Me dá uma certa angustia. Não é inveja, não é dor de cotovelo, não é medo de envelhecer solteira - já que sozinha de fato quase nunca estive! É uma incerteza que não tem horizonte. Um lugar novo em mim que chama por um par que não seja meu filho. Um par(ceiro). Pra vida.

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