domingo, 5 de junho de 2011

disconnection

Minha vontade, neste momento, é dizer tudo aquilo que não disse, de uma vez só, num jorro. Minha vontade é ser agressiva, ferina, usar da minha ironia e do meu sarcasmo pra te fazer sentir um grão de areia. Minha vontade é que você reconheça minha raiva, mesmo que pra isso eu tenha que gritar e te xingar. Não me importo mais com seus conceitos sobre mim e não quero mais me esforçar para que sejam bons. Não, não sou uma pessoa maravilhosa, você se enganou. Redondamente. Aliás, essa história toda é um engano, desde o primeiro segundo. Então estou na dúvida: se utilizo esse método cartesiano, assim as coisas ficam bem explicadinhas e sem brecha para repescagem, ou se coloco meu coração à disposição, como fiz até hoje, para nos conduzir ao entendimento mútuo de que essa história está uma merda. Pego na sua mão, te olho com ternura e compreensão (como fiz até hoje, repetindo), e te pergunto: "você acha que as coisas estão legais?", "Você acha que seu comportamento tem sido adequado, coerente e equilibrado?". Tento estabelecer com você um diálogo e no final nos olhamos com aquela sensação de "puxa, que pena, poderia ser tão legal...". Mas não é. Eu não estou ficando louca, já vivi coisas legais, sei o sabor que elas têm - e certamente não é esse. Agora chegou o momento de usar uma boa dose de racionalidade, deixar de lado os sentimentos, os medos, as boas lembranças para se conectar com a razão das coisas. E me desconectar de você.

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