quinta-feira, 9 de abril de 2009

no limite

Peguei carona de volta do Genial com a Ana e o marido. Ela estava me contando que, desde que se casaram, ela parou de assistir TV antes de dormir porque ele não deixou ela colocar uma no quarto. Assim ela está agora viciada em suas leituras, fica lendo até três da manhã, não consegue parar, tem que seguir lendo até estar satisfeita com o "ponto da história", contou ela. Chega atrasada ao trabalho, frisou.
Ele então - com uma doçura que eu não sentia evaporar de um homem há meses, com aquela entonação de quase embriaguez do amor e com uma delicadeza que fez a lágrima do canto do meu olho pedir pra cair no estofado do banco de trás - disse: "E o pior, Beta, é que, enquanto ela lê, fica me cutucando e diz - Amor, não dorme. Não dorme! Me espera".

Caralho. Acho que tô no limite.

De repente a vida ganhou sentido, companheira assim nunca tinha tido. Nunca a metade foi tão inteira: metade ela era companheira, outra metade era eu que era.
Luiz Tatit

3 comentários:

Anônimo disse...

"...Isso também durou só um dia
Chegou a noite acabou a alegria
Voltou a fria realidade
Aquela coisa bem na metade..."

Beta disse...

cada um escuta a parte que quer... blááááá!!!!!

Diana Assennato Botello disse...

que lindo, eu escutei a tua...
ps: podemos sentir "inveja-branca" de quem nem conhecemos?