Do espelho eu sinto falta. Sinto falta do conforto, mas esse estado quase natural me faz relembrar de quão pouco é preciso para viver. Mas do espelho eu sinto falta. E percebi como me tornei vaidosa nesses últimos tempos. O cabelo, o rosto mais corado, sorrir para mim mesma. Gosto de ver minha imagem, a mudança no meu semblante, que deve estar mais relaxado, apesar de tantos esforços físicos. Na casa do seu Eduardo não há nenhum conforto, mas é muito aconchegante. Parece contraditório, mas é assim. Ele tem 82 anos, corta lenha e, todas as semanas, faz o caminho até o mercado no lombo de um jegue. Ele é movido a um “remedinho”, uma pinga que ele mesmo faz com 18 ervas. Quando chegamos hoje, às 8h da manhã, ele nos ofereceu. E nós tomamos ao som de um rasta-pé.
Depois, mais andanças.
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