Sol escaldante na cara. As costas doem, os pés doem, a cabeça lateja, os joelhos falham. A paisagem é estonteante: algo muito, muito belo pintado por Deus na terra dos homens. Cruzamos o rio, último obstáculo. Já sem mais poder sustentar meu corpo em pé, desabo num choro de falência. Puxo o ar, soluço. O que é que eu vim fazer aqui? Rapidamente a cabeça explode em dor aguda. Seco os olhos, me levanto poeirenta e entro no passado. Uma casinha de taipa toda pintada de verde claro, e dentro dela um casal esquecido no meio do mundo encantando. Os grilos cantam a noite fresca que traz prosa regada a cachaça e comida caseira tão gostosa (mais gostosa do que a da minha avó!). Prosa de simplicidade, silêncios espontâneos e nada constrangedores. Vidas vividas abrindo caminhos. Despedida com beijos e doce de goiabada.
E eu choro, emocionada por tanta generosidade, zelo e amor.
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