Eu não acredito na separação. Isso não existe, é ficção.
Como pode existir? Como o cheiro pode sair pela janela, e o tom da voz, que chamava para o descanso lá no quarto, se tornar inaudível? Como aquele doce olhar, único, perde o seu brilho? Como usar, olhar, tocar aqueles objetos comprados juntos... "a manta vermelha para cobrir o sofá" ou "o tapete que nos obrigou a adiar as férias"?
"Na separação, o difícil não é partilhar os móveis, (..) as fotografias, os cds. Isso se mantém ou se abandona. No inventário do amor, a dor é dividir as lembranças. Sofro de insônia constante por não desembaralhar os pesadelos. Desisti de entender seus significados. Dilacerada é a partilha dentro de mim, ainda mais quando não se viveu um minuto isolado. Uma viuvez em vida enlouquece".
A verdade é que uma história de amor nunca acaba. E que a única utilidade de uma separação é nos fazer escrever mais bonito.
p.s.: hoje eu estava feliz, até descobrir que o Carpinejar se separou da Ana.
Agora tô triste.
Um comentário:
que a dor sirva de algo pelo menos, baby.
"Quem faz um poema salva um afogado".
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