segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

atormentada

Chega. Estou cansada de me sentir assim. Estou exausta de pensar em ti, no vazio que te tornaste. Estou farta desta descompensação e do tempo que não passa nunca. Sou atormentada por lembranças cada vez mais distantes - ainda assim parece que tudo foi ontem. Vou ao teatro enlouquecida, em busca de um pedaço de ti. E penso-te 60 vezes por dia. Ou mais. Cada pensamento faço esforço para espantar, o mais rápido possível, antes que chegue a lágrima. Chacoalho a cabeça. Espanto. Troco de música, mas sobra-me um sorriso no canto da boca: uma inevitável memória de como era bom te ter por perto, teu aconchego, teu cuidado, teu carinho. Tua graça espantando morcego na área de serviço ou catando os cabelos que deixava colados no azulejo do box. Como era completo. Falo em ti todos os dias, com outros ou comigo mesma, ou com a Vitória. Ela também sente a tua falta. Finjo, por alguns segundos, ter esquecido teu telefone, teu endereço, teu gosto. Finjo te esquecer, por alguns instantes volto àquela que eu abandonei um pouco para ser uma com você. Relutante, te odeio de repente. Odeio a sua indiferença e a sua mágoa. Odeio sua fragilidade, sua falta de amor. Odeio me sentir melhor quando te ligo e ouço a tua voz. Odeio não poder te ligar por não ter mais o que te dizer.

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