É engraçado como, quando você se abre pra determinadas reflexões, as coisas vão pipocando descontroladamente em frente aos seus olhos. Como é bonito!
Caíram-me entre as mãos essas duas preciosas colocações, quase exatamente o que eu gostaria de ter escrito pra complementar o que já disse no post "Vamos parar de inventar moda?".
"Na vasta e indefinida nebulosa denominada modernidade, uma das constantes é a perspectiva de que a arte é, entre outras coisas, expressão da subjetividade. Seja qual for a linguagem ou a decisão formal de um artista, o que se manifesta é alguma coisa tão singular quanto o indivíduo que a produziu. Em consequência desse pressuposto, o artista não precisa ter ideias novas e tampouco oferecer ao público instrumentos críticos para compreender o mundo por meio da arte. Nada o livra, contudo, da tarefa de tramar ideias correntes ou sentimentos usuais de um modo ao mesmo tempo singular e estimulante para poder provocar o diálogo imaginário com os outros sujeitos colocados diante da obra".
Mariangela Alves de Lima, no C2 de hoje
"Valorizamos muito, em nossas formações, a independência e a liberdade, diria até uma certa irreverência que é muito legal no povo brasileiro. Não temos essa noção muito clássica da formação do ator, mesmo nos cursos dogmáticos, você sempre tem uma margem para experimentação. Isso é uma característica do teatro brasileiro que é boa no sentido da irreverência, da liberdade e no sentido criativo, mas por outro lado é pura falta de precisão. Uma grande deficiência, comparando a jovens portugueses, por exemplo, ele tem um conjunto de referências culturais e simbólicas infinitamente superior do que um jovem brasileiro com o mesmo nível de escolaridade. A falta de formação humanística é um dos fatores que mais prejudicam o desenvolvimento das artes no Brasil".
Rodolfo García Vázquez, Cena Senac 2008
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