Não há outro caminho de entrada no mundo que não seja pelo corpo da
mulher. A mulher é o portal para o universo. Ela é também o ventre do
Ser. Cada pessoa no mundo começou a vida como um traço minúsculo nas
profundezas da mãe cujo ventre é o espaço onde esse traço se expande e
se abre para assumir a forma humana. Em termos de futura identidade e
destino de uma pessoa caminhando pelo mundo, este é o tempo de máxima
formação e influência. No encontro humano, nada chega a ser mais próximo
do que isso; nunca dois seres poderão estar mais perto como quando um
está se formando nas profundezas do outro. Naturalmente a relação é
imensamente desequilibrada: um é uma pessoa completa, o outro é
minúsculo, apenas começando sua jornada rumo à identidade absorvendo
vida da mãe. Porém, na noite do corpo materno, cada um está
desesperadamente aberto ao outro. Homem nenhum chega mais perto de uma
mulher. Mulher nenhuma chega mais perto de outra mulher. Esse intricado
nutrir e desabrochar de identidade se dá debaixo da luz no subconsciente
físico de seu corpo. A mãe não vê nada. A jornada é inteiramente às
escuras. É a mais longa jornada humana do invisível ao visível. De cada
via interna, o labirinto de seu corpo aporta um fluxo de vida para
formar e liberar esse peregrino interno. Imagine os incríveis eventos
que vão chegando para formar o embrião: de como cada partícula de
crescimento equivale à formação de um mundo oriundo de fragmentos.
[John O´Donohue]
[John O´Donohue]
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