quinta-feira, 27 de junho de 2013

cha-cha-changes!

Em tempo de tantas reviravoltas sociais, chacoalhões políticos, tormentas populares, não me deixo tomar pelo entusiasmo excessivo, pela onda de otimismo de que amanhã vamos acordar num novo Brasil. Fico desconfiada, conheço meu galinheiro: sei que somos capazes de nos esvaziar com a mesma intensidade, rapidez e fulgor com que nos inflamamos. Somos um povo passional, apaixonado, apaixonante com tudo o que isso tem de bom e de ruim. De qualquer forma, estou feliz e orgulhosa por este levante. Independentemente de seus resultados concretos, já cumpriu um efeito simbólico muito importante. As crianças, por exemplo, estão vivenciando plenamente um processo de cidadania e, com fé, orquestrarão uma geração mais consciente, menos apática do que a nossa. É assim que ocorrem as mudanças, p-a-u-l-a-t-i-n-a-m-e-n-t-e. São questões culturais muito profundas que devem ser revistas e mudadas. Isso leva tempo. E amadurecimento. Confesso que hoje, cantando o hino nacional em coro, grávida de quatro meses, me arrepiei de verdade por um par de vezes. Os cabelinhos dos braços chegaram a se ouriçar e os olhos ficaram mareados. Senti a energia da coletividade pulsando, as pessoas realmente vendo sentido naquilo que estavam fazendo. Não éramos poucos, nem muitos, éramos apenas o número exato para aquele momento. E não há melhor sensação de plenitude do que a sensação de paz e suficiência.

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