Tô. Tô sim. Melancólica até debaixo d'água. Fui mergulhar cinza, esperando voltar azul, mas lá embaixo a melancolia só tem outro peso, outra densidade, outra cor. Ela continua penetrando, viscosa e opaca. O mar estava inquieto, exigiu concentração. Só depois, navegando de volta ao porto, barco feroz rasgando ondas escuras, me deu tempo de pensar em como a felicidade desaba sobre mim com a mesma intensidade que a tristeza. Altíssimos e baixíssimos, diria sabiamente a Gabi. Tô melancólica porque há 4 dias estou absolutamente desconectada do mundo, sem internet, sem telefone, sem a liberdade de poder me comunicar. Pela primeira vez, me sinto literal: estou ilhada. Tô melancólica porque a saudade dos meus amigos está cortante, falta-nos coragem para transpor a distância. Porque sinto falta repentina de cheiros conhecidos, de deitar no meu futon com a Vitória, fechar a porta de casa e deixar o mundo lá fora.
Hoje eu só queria soltar a cabeça no colo da minha mãe e usufruir do melhor cafuné do mundo.
2 comentários:
enomorpBeta, vc escreve mto bem..., td mundo fica assim de vez em quando. Ainda bem q voltamos para a superfície azul (pode demorar, mas voltamos). A cia de vcs por aí me fez emergir mais azul ainda..., faz tempo que não mergulho cinza! Um bjo! Ana
lindas palavras! lindo blog...
O mergulho no feminino é bom... a internet, às vezes, acaba com este estado beatífico de ilha conectada com tudo realmente.
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