Antes, me penetra fundo seu olhar, na dor da indecisão. Seu olhar, sem medo de encarar, encontra o meu ainda mais destemido e se fixa, sem desviar, como se quisesse me garantir nossa felicidade.
Depois, é quando a gente se abraça, e o mundo para por alguns segundos. Se encaixa sua cabeça na minha saboneteira. Perfeitamente. Fica ali, armazenando meu cheiro, que você diz que adora. Emaranhando nos meus cachos, que você diz que adora. Vontade de te aninhar no meu colo, meu coração amolece de ternura. Busco conectá-lo, pulsante, com o seu adoentado. Sinto sua barba mal feita roçando no meu rosto, sem entender porque essa não pode ser uma cena cotidiana. E então percebo que, mesmo que seja pouco (e eu nunca me contento com pouco), prefiro ter você inteiro nestes minutos do que o dia inteiro pela metade.
Pílulas de felicidade que não me deixam desconfiar do amor.
3 comentários:
oi roberta. nunca mais nos encontramos depois da puc, mas sempre te acompanho aqui pelo blog. sempre com belas palavras. beijos, ana
Distribua as pilulas para as pessoas em geral.
Tem muita gente que nunca tomou e talvez gostem da sensação quando provarem.
Beijos
Mães, elas sim são as mulheres mais bonitas que podemos conhecer! muito lindo o texto! bjs
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