...acho que é da Martha Medeiros essa frase. Título de uma crônica dela que li há algum tempo, sobre aquele livro bonito que ganhei da Ju, que conta a história da Simone de Beauvoir e do Sartre. Queria ter esse livro agora em minhas mãos, para reler um trecho que certamente sublinhei na época, em que Simone dizia da incapacidade de seu homem de ser verdadeiramente livre no amor. Sartre apregoava a liberdade suprema, uma relação aberta com Simone: ele tinha outras mulheres e ela, por sua vez, seus amantes. Mas no fim das contas, nenhum dos dois bancava a brincadeira. Ela arranjava mulheres pra ele e literalmente adoecia, prisioneira do seu amor por Sartre. Ele, escravo da sua ideologia de liberdade, parecia obcecado em se ater a este estilo de vida mais para provar sua teoria do que por acreditar nela. Enfim, um desastre.
Aí acontece que, quase um século depois da Simone e do Sartre, percebo que não sabemos lidar com nada disso. E acho que não aprenderemos. É muito da boca pra fora que a gente aprova que o outro tenha outros. Principalmente para os homens, é muito difícil aceitar que topamos o que eles propoem - na verdade eu acho que eles nunca nos levam a sério. Então bom mesmo é o que vem do coração, quando ele fica todo preenchido com alguém insubstituível, alguém que você não vai encontrar em mais ninguém. Amor livre o cassete! Descobri que sou bem egoista nesse ponto: eu quero um só pra mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário