Depois de falar incansavelmente de ti, levantei para ir ao banheiro. Geralmente minhas idas ao banheiro no Filial são eventos sublimes de observação: a mulherada muy bêbada fica engraçadíssima usando superlativos com o espelho, fofocando sobre os moços do balcão ou arrumando a alça do sutiã. Mas neste meu bar cativo existe uma particularidade que torna a ida ao banheiro mais divertida. E eu sempre caio nessa pegadinha infame... quando dou por mim já estou gargalhando em frente ao espelho. Ocorre que a torneira da pia é normal. Normal, digo, não é daquelas com sensores hi-tech ou a outra que você aperta e sai um macio jato de água. É uma torneira normal, sabe? Daquelas de rodar que você tem em casa? Só que TODA VEZ, já com vários chopps na cuca, vou lá e dou aquela apertadinha pra água sair. E ela não sai. E eu aperto de novo. Nada. Aí eu olho no espelho e repito pra mim mesma "porra, faz dez anos que você vem nesse mesmo banheiro abafado e fedido, você ainda não sabe que tem que abrir a torneira rodando??". É, eu não aprendo.
Bem, nesta noite quente, entrei no banheiro e, enquanto fazia xixi, lembrei da torneira. Ah, hoje essa danada não me pega!, pensei. Me posicionei estrategicamente em frente à pia, coloquei o sabão sobre a palma da mão com cuidado e rodei a torneira até a água jorrar abundante. Vitória!
Foi neste momento então que olhei para o lado e notei minha companheira de banheiro praticamente esmurrando a torneira e passando insistentemente a mão sob ela, na tentativa de tirar uma gota de água daquele aparato jurássico. Ela me olhou atônita: "como sai água desse treco???".
Eu ria de dobrar, e ela deve ter me achado uma louca, obviamente.
Ai, ai, adoro essa torneira retrô.
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