- Sabe o que a gente faz quando se dá conta de que ama um amor inacabável, inevitável, intolerável?
Ela balançou a cabeça: "Não, não sei. O que a gente faz?".
- Eu também não sei...
As duas gargalharam.
- Talvez a gente deva continuar amando esse amor. Seria um crime tentar evitá-lo, ou substituí-lo. Na verdade não vai adiantar... Ele sempre vai estar.
- Talvez a gente deva cantar. Eu me sinto muito melhor quando canto.
- Depende do que você vai cantar...
- É... se eu mando: 'Quero ficar no teu corpo feito tatuagem que é pra te dar coragem pra seguir viagem quando a noite veeeem (...). E nos músculos exááááustos do teu braço, repousar frouxa, murcha, farta, morta de cansaço...' aí é foda... eu começo a lembrar daquela fantástica que ele tinha no braço esquerdo. Eu adorava. Eu dormia em cima dela, perfeita, milimetricamente tatuada sobre o biceps. ai ai, é de matar!
- Mas e essa? 'Vai sair da minha vida, você vai ter que mudar da minha casa, de atitude, chega! Ainda mais agora que eu vou viajar prá me livrar de você, não quero mais ser seu amigo, nem inimigo, nada!...'
- Nada...
- Vai viajar, nêga. Depois a gente vê.
Um comentário:
ainda sobre a onda:
mas e se o jacaré me der um puta caldo? e se eu morrer afogada? e se eu bater a cabeça no fundo e ficar incapaz para sempre? e se eu engolir tanta, mas tanta água salgada que não sobre mais nada de doce dentro de mim?
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