O Carlos Graieb é um idiota.
___________________________
Posto o título, vamos ao lide:
O editor-executivo da revista Veja, Carlos Graieb, participou na tarde de ontem do I Congresso de Jornalismo Cultural, promovido pela Revista CULT no Tuca, Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Graieb dividiu a mesa com seu colega de profissão, Marcos Flamínio, editor do caderno Mais!, e com os acadêmicos Olgária Matos e Vladimir Safatle, ambos professores de filosofia da USP.
O debate, mediado pelo editor da revista CULT, Eduardo Socha, propunha uma reflexão crítica sobre a pauta das ciências humanas na Universidade e na imprensa, a falta de diálogo existente e a inadequação entre a produção acadêmica e jornalística.
Graieb começou sua fala se defendendo (de quê?). Em um tom já bastante alterado, iniciou dizendo que a manipulação ideológica é um "mito" construído pela "esquerda" a respeito do jornalismo praticado pela grande imprensa, considerada por esta mesma "esquerda" como um grande "vilão" - perdoem, não foi essa a palavra usada pelo ilustre editor, mas eu fiquei tão chocada que esqueci de anotar (...).
"Vocês se esquecem de toda a parte de apuração das notícias. São FATOS apurados e verificados muitas vezes: se o ônibus que bateu no carro veio da esquerda ou da direita, se a história foi contada pela mãe do pai ou pela mãe da mãe do personagem... Parecem coisas irrelevantes, mas são detalhes importantes", disse.
Não há dúvida.
O editor-executivo da revista trouxe exemplos esdrúxulos cercados de discursos inconsistentes e arrogantes, buscando justificativas injustificáveis ao jornalismo indigno e sensacionalista praticado pela revista para a qual ele trabalha - que pertence à Editora Abril, como fez questão de esclarecer, caso a platéia, composta em sua maioria por jornalistas, não soubesse.
Fez querer parecer que a escolha de palavras, de enunciados, de pautas, de ângulos não traz embutidas implicações ideológicas e formação de opiniões. Fez querer parecer que tudo isso não passa de invenção de uma esquerda acadêmica fora de moda, que, segundo ele, não reconhece a capacidade crítica dos leitores e acredita que o público de 1 milhão de leitores da revista veja seja levado como gado ao celeiro. De fato, tudo não passa de uma teoria da conspiração às avessas. Mattelart, Deleuze, Bourdieu, Martín-Barbero, Morin, Benjamin (só para citar alguns) não têm nada a ver com isso.
O cara deve estar de brincadeira, pensei. Deve ser uma provocação... Mas por que foi afinal que não chamaram o João Gabriel Lima, já que se trata de jornalismo cultural, e botaram esse pulha aqui pra estragar essa mesa que poderia ser tão profícua? Se chamaram alguém da concorrência, podia ser da concorrência cultural, não?
Estava no meu limite, o sangue subindo. Por diversas vezes, quase me levantei para ir embora. Mas calma, esta é a diversidade, certo? É preciso saber e aprender a conviver com ela... é o que prego todos os dias.
Entre outros absurdos, insurgências contra o governo sobre o caso Larry Rohter (que, depois, deu pra entender: foi só uma lavagem de roupa suja com o Vladimir Saflate, outro dos palestrantes, coisa feia...), Graieb só faltou xingar os blogueiros de vagabundos, quando afirmou que "não saem às ruas para verem os fatos de perto". Por certo vemos os fatos de longe, quem vê de perto são os repórteres da veja.
E por fim, quando terminou sua defesa de nenhuma acusação (pelo menos não naquele contexto), ele citou o Antônio Cândido (coitado!), idealizador do suplemento literário do Estadão, "criado por e para uma elite - os amigos do Mesquita”.
Boa mesmo é a seção de cultura da veja, né? Que traz informações apuradas... FATOS! É extensa e sobretudo abrangente. É diversificada, aberta, não está ligada ao jet set e convive nas páginas ao lado do adorável Diogo Mainardi. Puta que o pariu.
p.s: e não me venha falar em imparcialidade. Nunca acreditei nem pratiquei isso.
4 comentários:
não posso me manifestar a seu favor esta semana porque VejaSP recomenda desta semana está incrível! hahaha.
mas semana que vem manifestar-me-ei a respeito desta mesa redonda (ou quadrada?). hahahadenovo.
a minha irmã é amiga da mulher do Mesquita. será que isso a faz amiga do Mesquita? mas ela nem lê jornal... ai, não entendi. (hahahamaisumavez)
okay, o Dirceu é um cara legal.... rsrsrs
beijo
Beta! eita, vc deve ter ficado espumando hein! Caracoles!!! muita paciência com diversidade e como entendê-la em alguns momento, não é?! bjokas
Tá tudo bem dito!
Ainda bem que há jornalistas de esquerda e conscientes ;)
Postar um comentário