Sorrio pensando que passei um ano tomando banho frio. Não
era um grande problema quando chegava da praia, corpo quente de sol. Mas em
dias chuvosos era uma verdadeira tortura chinesa. Nessa época, namorava um cara
que tinha uma casa com um chuveirão quente, eu costumava dizer que só estava
com ele por causa daquele benesse – e talvez fosse mesmo. A gente teve uma
história conturbada de algumas indas e vindas, e toda vez que terminávamos eu
pensava que um banho frio estava à minha espera. Agora a vida mudou um pouco.
Eu me mudei. Tenho meu próprio chuveiro quente, que está a
postos para fazer minha felicidade nestes dias nublados. Aqui é minha casa, é onde
me sinto bem, onde escolhi estar. Pari uma viagem cheia de sonhos. Voltei
convicta. Sofro porque é da minha natureza mediterrânea, mas sei que tudo não
passa de uma grande brincadeira. E, sejamos honestos, não há um dia em que
brincar não se faça necessário. Loucos, famintos, desamados, buscadores: estamos novamente todos sob o mesmo céu, cheio de estrelas.
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