Nem estou certa de que estás, mas sinto seu olhar sobre mim, seguindo meus movimentos pelo lugar. Seus olhos querem disfarçar a vigília, mas não conseguem desviar, porque a gente se imanta. Eu tiro os óculos para embaçar um pouco a vida: às vezes gostaria de não te enxergar. Mas sinto seu cheiro. E isso basta pra eu saber que você está, mesmo que a gente ainda não tenha se cruzado, olá como vai, eu vou indo, e você tudo bem? ... o que é isso de nem precisar encostar minha pele na tua pele pra saber ser a mesma textura, a mesma temperatura? De nem precisar te enxergar pra saber que estás? Pelo faro já sei. E então sair rodopiando pelo salão até o pé criar asas, flutuando, até os rostos colarem de suor, até eu fechar meus olhos por minutos a fio confiando em cada passo que dou com você. Só sei dançar com você.
E então fujo. Fujo das incertezas, das improfundezas.
Eu queria saber dar laços, mas eu só sei dar nós.
E acabo embaraçada toda.
E então fujo. Fujo das incertezas, das improfundezas.
Eu queria saber dar laços, mas eu só sei dar nós.
E acabo embaraçada toda.