Não gostaria de escrever sobre coisas desagradáveis, mesmo porque o vento levou o cinza embora e sol voltou a brilhar. Mas faz-se necessário um hiato para honrar as superações e entender uma das razões de estar aqui. A barata: minha relação com este inseto é absolutamente inexistente. Nunca consegui encará-lo, matá-lo, nem sequer evitá-lo. A presença dele me paraliza, causa suadouros frios e quentes, detona em mim todos os medos ancestrais. Minha grande felicidade, quando aportei aqui, foi perceber que não havia número significativo deste inseto. Ok, posso dormir tranquila - pensei. Vez em quando via um aqui, outro ali, mas nada que me tirasse do prumo. Eis que ontem se deu o primeiro grande encontro: tarde da noite, já pronta para cair nos braços de morfeu, ela apareceu. Tamanho moderado - afinal a primeira prova de fogo não pode ser assim tão dura! Eu tinha duas escolhas: sair do quarto praticamente nua e nunca mais voltar até que alguém se encarregasse de trucidar aquele ser execrável (o que não era uma possibilidade, já que estava absolutamente sozinha), ou matá-la! Apanhei então minha havaiana. Suando (claro!), ainda exitei por alguns segundos antes da chinelada certeira.
Pááá!
Será?? Será que está mesmo morta?! Levantei o chinelo e lá jazia o cadáver, de cabeça pra baixo. Imóvel. Ok, pensei, vou deixar para recolhê-la depois, afinal tinha que me recuperar da grande emoção de matar uma barata pela primeira vez em 29 anos! Minutos depois volto ao banheiro para executar a desagradável tarefa e... cadê o bicho?!? Como assim?? Eu matei, esmaguei o inseto, matei matado mesmo! Certamente não conseguiria dormir se não achasse aquela barata mal matada. Essa foi a parte mais penosa, mas lá estava ela, num canto do banheiro, viva como antes. Impressionante!!! E agora sim, com toda a vontade e xingamentos merecidos, dá-lhe chineladas ferozes. Suspirei aliviada. Me senti vitoriosa e percebi, mais uma vez, que para superar os medos é preciso enfrentá-los. De frente.
2 comentários:
Começar pelo assassinato de uma barata para superar os medos é um começo saudavel.
Afinal é um ser execrável!!!!!
Existem outros medos muito mais dificeis porisso esse exercicio foi otimo e salutar para o crescimento pessoal.
Beijocas e continue exercitando
As baratas duraram tantos anos porque elas conseguem morrer e depois de alguns minutos voltar a viver como se nada tivesse acontecido.
Conselho: Quando você matar uma barata, corra logo atrás de um papel higienico, pegue ela sem pensar muito e jogue ela no vaso sanitário, não esqueça de dar descarga até ela ir embora... A riscos dela saber nadar também!
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