segunda-feira, 5 de abril de 2010

doida

Há textos teatrais que deveriam ser vistos por todas as pessoas. Sobretudo pelos que, como eu, questionam sua própria lucidez em tempos tão árduos de convivência humana. Pelos que, também como eu, sentem um deslocamento quase perene em relação a estes tempos. Deslocamento geográfico, temporal, atmosférico: incompletude de sentidos.

Sim, sou doida. Sou poeta, sou artista, sou visceral, sou extrema. E por vezes sou vil, como todos os seres humanos. Amo a vida, no entanto muitas vezes desejo morrer. Porque para viver eu preciso de poesia. E quero ver poesia em torno de mim. E quando ela me falta, falta-me o ar.

Sou doida por acreditar que a arte é um tratamento de choque para jogar as pessoas na sensação, para tirá-las desse estado de torpor.

Doida por amar demais, por me apaixonar demais, por achar que o que aconteceu na verdade não aconteceu. Ou vice-versa, mas não importa.

Doido esse coração de tanto doer.

Doido
de Elias Andreatto
Teatro Ágora
sáb (21h30) e dom (18h)
até 30/05

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