Se tem um objeto com quem eu tenho uma relação íntima, esse objeto é o espelho. Ele revela o que há de melhor e de pior e mim, todas as obviedades e superficialidades que habitam meu corpo. Nele me reconheço não só fisicamente - o que por si só já é fantástico - mas enxergo também as várias eus que me visitam. E não há satisfação mais plena do que, ao me olhar, perceber que já não está mais lá aquilo que abomino, que quero afastar. Mas sei também que isso custa: leva tempo e dá trabalho. Sei como mata aos poucos olhar-se todo dia, diversas vezes por dia, e continuar vendo refletida, correspondendo a cada gesto contido, aquela sua velha imagem que você busca renovar.
Paciência. É só o que eu te peço.
Um comentário:
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
a vida é tão rara?
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