quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

all at sea

eu não sei: essa é a expressão que mais tenho usado. Quanto tempo você vai ficar? eu não sei. Você está gostando? eu não sei. O que você quer da sua vida? eu não sei. Você me ama? eu não sei. Só sei que quero estar sempre perto do mar. Isso eu sei.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

morte súbita

Às vezes, pra se sentir vivo, é preciso morrer um pouco. Viver muito alimenta minha loucura necessária. Viver pouco, me deixa insossa e desinteressada. Assim, de quando em vez, preciso morrer. É uma precisão quase vital de parada cardíaca, pra sentir o sangue quente formigando pelo corpo, quando o coração volta a bater. Como em apneia, aquela breve sensação de desespero quando o ar escasseia: um prazer imensurável quando se atinge a superfície para respirar. Eu preciso encarar o precipício, sentar na beira e ficar balançando as perninhas, até um vento forte bater pra me fazer sair dali. A natureza é sábia demais. É nela que me miro: na sua força e imprevisibilidade de morrer sempre um pouco para viver muito (e mais).